Projeto de Intervenção Pedagógico Memórias de Ariano em prol de nossa arte popular
Memórias de Ariano abraçará as manifestações que fazem parte da vida de Ariano Suassuna, esse grande pensador e artista nordestino, idealizador e apaixonado pelo Movimento Armorial, a literatura de cordel, a xilogravura, os repentes, bem como, outros elementos ricos da cultura popular nordestina.
APRESENTAÇÃO
Ariano Vilar Suassuna, dramaturgo, romancista e poeta brasileiro, nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje, João Pessoa, aos 16 de junho de 1927, filho de Rita de Cássia Vilar e João Suassuna (ex- governador da Paraíba). Faleceu aos 86 anos, o entusiasmo com que levava a vida não deixa de fazer jus ao título de imortal, conhecido pela Academia Brasileira de Letras. Autor de grandes obras como: Auto da Compadecida, O Santo e a Porca e A Pedra do Reino, foi o grande precursor da literatura popular brasileira.
De princípio destaca-se a influência deixada pelo dramaturgo e seus seguidores ao criarem no período da universidade o grande Movimento Armorial, iniciativa cujo objetivo seria criar uma arte erudita com base em elementos da cultura popular do nordeste brasileiro. Tais elementos procuram orientar para esse fim, todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura entre outras manifestações culturais.
A literatura, sendo uma expressão artística, é um meio pelo qual o ser humano pode expressar suas formas de ver, pensar, imaginar, sonhar, fantasiar o mundo, mediante a transposição de seus sentimentos e emoções. Com base nisso, entendemos que por meio da leitura literária é possível transformar o meio em que se vive, tornando o ser humano mais suscetível à reflexão sobre sua própria existência. Some-se a isso, a literatura de cordel, cuja origem está na Idade Média europeia e que remonta ao período colonial, que chegou ao Brasil com os portugueses.
Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, oral e impressa em folheto, geralmente expostos para a venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Outra manifestação bastante conhecida é a Xilogravura, técnica de gravura na qual se utiliza a madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. A xilogravura popular como também é conhecida, é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa transplantada para o Brasil, e que se desenvolveu na literatura de cordel. Assim, com Ariano Suassuna e sua valorização da cultura popular brasileira, o Projeto de Intervenção Pedagógico: Memórias de Ariano personificará em prol de nossa arte popular.
3. JUSTIFICATIVA O Projeto: Memórias de Ariano abraçará as manifestações que fazem parte da vida de Ariano Suassuna, esse grande pensador e artista nordestino, idealizador e apaixonado pelo Movimento Armorial, a literatura de cordel, a xilogravura, os repentes, bem como, outros elementos ricos da cultura popular nordestina. E tem como missão, aproximar o universo literário na aprendizagem do aluno, enfocando a leitura, escrita e interpretação textual.
Antes de tudo deve-se lembrar que todo tipo de manifestação existente em nossa cultura começou lá longe, desde o século XVI. Antes mesmo de o Brasil ter sido descoberto no imaginário, como presumido paraíso perdido sobre a Terra. Os portugueses vieram com suas naus, olharam à volta e viram índios que tudo festejam, com ritos, com cantos e danças. Depois, trouxeram negros da África, que tornaram dengoso o canto ao som de tambores e de atabaques.
A comunhão da rica mestiçagem com o imaginário deu origem a esta nação diversificada e tão musical. Brasil não seria o país que o mundo conhece sem a música que tem, sem a dança que tem. No entanto, o nordeste foi a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no século XVI, que lá encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante particular, típica e variada, o que justifica reviver a memória desse autor genuinamente nordestino favorecendo o desenvolvimento de várias atividades interdisciplinares.
4. OBETIVOS GERAIS Motivar o aluno a viajar através da leitura de cordéis, motivando-os a desafiar sua imaginação para escreverem seus próprios folhetos; Despertar o prazer pela leitura e escrita de cordéis aguçando o potencial cognitivo e criativo do aluno. Desenvolver a linguagem oral e a capacidade de ouvir, focando um gênero o cordel; Proporcionar momentos de prazer através da leitura, ampliando vocabulário e a organização das ideias; Compreender a função social do gênero cordel e suas características básicas (leitura, produção e diagnóstico da língua).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Refletir sobre a ideologia dos textos escritos nos folhetos de cordel; Incentivar a poesia de cordel como recurso pedagógico para debater temas transversais; Conhecer o surgimento da Literatura de Cordel, como é feito as poesias e as xilogravuras; Valorizar a espontaneidade e os conhecimentos prévios do aluno, capacitando-os a expressar ideias, sentimentos e emoções; Reconhecer os grandes nomes da Literatura de Cordel no Nordeste e a importância dessas personalidades para o mundo; Compreender a literatura de cordel como patrimônio histórico e cultural do povo nordestino e do brasileiro; Comemorar e promover o belíssimo trabalho dos poetas e cantadores em prol da valorização das nossas raízes.
5. COMPETÊNCIAS Socializa e respeita as diversidades culturais; Identifica características culturais do Nordeste de Suassuna; Sabe o que é cultura popular e a entende como produção brasileira; Tem olhar crítico sobre o mundo e a diversidade que ele nos proporciona; Sabe quais são as principais danças das manifestações populares; Distingue os tipos musicais relacionados pela cultura popular; Tem atitudes sustentáveis com relação ao meio ambiente. HABILIDADES Conhecer as várias manifestações culturais populares do Brasil, com foco no nordeste brasileiro por meio das manifestações artísticas. Vivenciar, resgatar e conhecer valores: respeito, alteridade, companheirismo, etc.
Valorizar e respeitar a diversidade cultural da região nordeste, como o cordel, o Movimento Armorial e a literatura de cordel. Apreciar a construção de formas culturais e artísticas no universo de Ariano Suassuna. Integrar-se a comunicar-se com os outros por meio dos gestos e movimentos. Observar e analisar as características culturais e individuais. Improvisar na dança popular, inventar, registrar e repetir sequência de movimentos criados. Compreender as diferentes obras de arte, artistas e movimentos artísticos produzidos em diversas culturas (regional, nacional e internacional) e em diferentes tempos da história e da cultura nordestina. Falar, escrever e registrar (gráfico, audiográfico, pictórico, sonoro, dramático, videográfico) as questões trabalhadas na apreciação das imagens.
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A cultura nordestina é bastante diversificada, uma vez que foi influenciada por indígenas, por africanos e por europeus. Os costumes e as tradições muitas vezes variam de estado para estado. Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no século XVI, que encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante particular e típica, apesar de extremamente variada.
Sua base é luso-brasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa de Pernambuco e a Bahia, notadamente, no sertão semiárido. A riqueza cultural da região nordeste é visível para além de suas manifestações folclóricas e populares.
A literatura nordestina tem dado grande contribuição para o cenário literário brasileiro, deve ser citada a literatura de cordel que é escrita em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos.
Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil.
Na segunda metade do século XIX, os folhetos já possuíam características próprias brasileiras. Originalmente, os folhetos raramente iam além de dois grandes fólios dobrados em quatro, muitas vezes, em papel de má qualidade. Escritas em prosa ou em verso, as obras tanto podiam ser autos e farsas, historietas para ser contadas e cantadas, mas também contos de fundo fantástico, histórico ou moralizante, originais ou estrangeiros, de autores anônimos ou de grandes nomes literários.
Como afirma os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001) É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às práticas cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas sob a rubrica geral de texto literário. (p.36-37) Some-se a isso a participação efetiva de Ariano Suassuna, sempre com o pensamento na valorização da cultura popular brasileira inseriu elementos da tradição da literatura de cordel, misturou a cultura popular com as tradições religiosas, apresentou traços de linguagem oral e demonstra em seus textos as variadas classes sociais e regionalismo.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001), De modo geral, os textos são produzidos, lidos e ouvidos em razão de finalidades desse tipo. Sem negar a importância dos que respondem a exigências práticas da vida diária, são os textos que favorecem a reflexão crítica e imaginativa, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada.
Falar sobre o mestre Ariano é manter a cultura nordestina sempre viva, pois não se trata apenas de um gênero textual escrito de sua autoria, e sim, o conjunto de características de diferentes expressões artísticas oriundos da região nordeste. Lembra-se o papel fundamental que foi o Movimento Armorial, iniciativa artística cujo objetivo seria criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.
Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas como: dança, música, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões. Ariano, lembrava que “A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos folhetos do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus cantares, e com a xilogravura que ilustra suas capas, assim como o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados.
Destaca-se a expressão armorial o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa. Desse modo o nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.
7. METODOLOGIA Planejamento para elaboração do projeto em cima das deficiências dos alunos; Visita técnica do professor responsável a Recife para conhecer de perto traços da cultura erudita popular criada e enaltecidos por Ariano Suassuna e seus seguidores, como o Instituto Ricardo Brennand, o frevo de Olinda, casarões antigos, igrejas medievais, cidade histórica de Recife, entre outros pontos turísticos; Dar sugestões de outros escritores nordestinos para que os alunos possam também conhecê-los, mostrando a vida e obra e a importância que tem para a literatura brasileira, em especial a nordestina, contribuindo no processo de leitura e escrita; Trabalhar com pesquisas na biblioteca local através de livros e internet a biografia de Ariano Suassuna; Exposição e apresentação dos trabalhos realizados em salas de aula; Aula audiovisual: assistir ao filme: O Auto da Compadecida, com alunos do 6º “A” e “B”; Aula audiovisual: assistir ao filme: A pedra do reino, com alunos do 7º “A” e “B”; Mostrar textos literários de cordel, mostrando sua importância como gênero textual; Produção textual: produzir textos literários de cordel, enfocando a questão da leitura e principalmente a escrita; Realizar seleção dos alunos que irão participar da Mostra do Movimento armorial; Realizar ensaios das danças, das músicas e do teatro; Confecção de cordéis: conhecer a técnica da xilogravura nos cordéis; Confecção de cordéis: digitação das produções textuais; Culminância: Mostra do Movimento Armorial.
Gestora Escolar: Zilma Case de Andrade
PROJETO: MEMÓRIAS DE ARIANO
ARTUNHO DE ARAÚJO FARIAS PIANCÓ-PB 2015 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1- TÍTULO: MEMÓRIAS DE ARIANO 1.2- ÁREA DE ATUAÇÃO: PORTUGUÊS – LITERATURA BRASILEIRA 1.3- PROPONENTE: ARTUNHO DE ARAÚJO FARIAS 1.4- PÚBICO ALVO: ALUNOS DO 6º “A” e “B” E 7º “A” e “B” DA EEEF ADHEMAR LEITE 1.5- PERÍODO EXECUÇÃO: 2º e 3º BIMESTRES/2015 2.
Professores Idealizadores: Artunho Araujo , Maria do Socorro Leite ,Maria Lopes Moreira, Rivaldo Andrade, Olga Antonia, Terezinha Fernandes, Ana Maria Silva, Fatima Caldas, Veralucia Fernandes, Amarante Candido, Lucia Braz, Ducilene Gonçalves, Laelson, Antonia Regina(Peta), Margarida Freitas, funcionários e equipe Mais Educação, Prof. Edlene Cristovão, João Filho, Eluzimar Vale.
Fonte: Palestina Online
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